segunda-feira, 4 de abril de 2011

Linguagens e Tecnologias na Educação

Historicamente o homem vem demonstrando a sua dificuldade em lidar com a máquina, dificuldade esta que não cessou com a inserção das TIC’S na educação e em outras áreas do conhecimento. Neste processo de adaptação ele utiliza a máquina no primeiro momento para o fazer e logo depois à tecnologia como extensão dos seus sentidos.
A princípio a máquina era entendida como inimiga do homem, como aquela que iria tomar o seu posto de trabalho. Hoje esta relação mudou, as máquinas e os seres humanos estão cada vez mais próximos, a máquina surge então a partir do mesmo processo social que constitui o ser humano. Podemos perceber que este processo do homem em estabelecer uma relação mais próxima com o novo era bem mais difícil do que hoje, isso pode se dar devido a velocidade das inovações tecnológicas que não permitem ao homem digerir tanta informação nem refletir sobre.
Neste processo alucinante de adequação do homem as máquinas, temos desde o advento da relação homem-máquina denominadas de “novo tipo de humanidade”, até a concepção de mundo hoje, que é dinâmico, flutuante, devido a sua não linearidade.
Dentro deste contexto destacam-se as tecnologias de informação e comunicação que vem provocando uma verdadeira revolução por seu grande poder de alcance tornando a distância e o tempo sem nenhuma relevância na transmissão das informações, podendo alcançar vários indivíduos ao mesmo tempo em uma grande e complexa rede de acontecimentos de forma não linear, podendo formar novas teias de informações a cada milésimo de segundos.
O uso das TIC’S podem ser observadas em diversas áreas como artes, mídias e no sistema financeiro o que vem provocando mudanças significativas no modo de agir, pensar e reagir do ser humano. E como a Educação não pode ficar alheia a todos estes acontecimentos ela entra em primeiro momento como coadjuvante para agora ser reconhecida como protagonista de uma história que muitos educadores vem tentando escrever. Contudo mesmo a tecnologia tendo sofrido gigantes e consideráveis mudanças e avanços, as pedagogias continuam centradas num padrão associado à tecnologia mecânica, própria do modelo da Revolução Industrial. Mesmo com os diversos tipos de Pedagogias que vão desde a tradicional até a progressista percebemos as tecnologias na perspectiva de dominação.
O que encontramos ainda hoje na educação são escolas do século XIX, professores do século XX e alunos do século XXI. As escolas não estão preparadas, os professores recusam-se a quebra de paradigmas, na maioria das vezes não permitem-se ao novo e temos por fim alunos ávidos a conhecer  todo este movimento tecnológico próprio de seu tempo.
O grande desafio segundo PRETTO (2005), é pensar em perspectivas pedagógicas que deem conta dos desafios do mundo contemporâneo e é para isto que a escola e o corpo docente devem estar atentos, não utilizar o conhecimento tecnológico meramente para o mercado de trabalho e sim para a produção de conhecimento através das redes de conhecimento que Pierry Levy chama de Inteligente coletivo. Uma rede que ao mesmo tempo estimula a autoria e a difusão de vários conhecimentos. Nesta perspectiva a escola passa a contribuir não para a preparação do mercado de trabalho mais para a vida, para a formação de um cidadão consciente que tem a possibilidade de utilizar todo seu potencial em prol da construção de seu próprio conhecimento.

Referência:
PRETTO, Nelson. Linguagens e Tecnologias na Educação. In: CANDAU, Vera (org). Cultura, linguagem e subjetividade no ensinar e aprender. Rio de Janeiro: DP&A, 2000. Pág 161 à 172. Disponível em:
 <http://www.serprofessoruniversitario.pro.br/ler.php?modulo=18&texto=1103>

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