quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Concurso PROJETOS E PRÁTICAS do programa Cidade Educadora


Concurso Projetos e Práticas do Programa Cidade Educadora de Salvador, promovido pela Secretaria de Educação, Cultura, Esporte e Lazer do município de Salvador, em parceria com a Aymará.

A premiação aconteceu no Hotel Pestana e o Projeto Reciclando hábitos e atitudes, foi selecionado entre os finalistas ficando em 3º lugar na categoria Professor Grupo 4.
Além de troféu, certificado e medalha o 3º lugar foi premiado com máquina fotográfica.


Momentos da produção e realização do Projeto na Unidade Escolar
Alunos assistindo filme sobre Reciclagem


Produção dos alunos de Painel Informativo e Caixas Coletoras

Assistindo aos Slides sobre a temática abordada

Leitura de textos sobre Reciclagem
                                                                   
Atividade Digital
                                    

CORPOS MUTANTES



O livro Corpos Mutantes nos apresenta 10 ensaios onde descreve através de vários autores o percurso das transformações do corpo na contemporaneidade. Cinco destes ensaios estão aqui comentados.  




OS PERCURSOS DO CORPO NA CULTURA CONTEMPORÂNEA – MALU FONTES                                                                         
Este artigo segundo a autora faz parte de um conjunto de análises que teve como objeto uma tese de doutorado que se propôs a ser articuladora de um problema: a complexidade de mulheres com deficiência física em afirmar-se como cidadã, pessoa e mulher, em uma sociedade que privilegia uma corporeidade feminina canônica, que neste caso é o corpo apresentado como desejável nos meios de comunicação em geral que mostra de forma espetacular o que seria o corpo ideal.
Durante o século XX, este corpo no que se referem as suas dimensões culturais passaram por três status: o corpo representado- o passivo e reprimido, o corpo que se apresenta- o corpo assume a condição sócio histórica e o corpo que representa – o corpo representante. Neste último estágio o corpo caracteriza-se por um conjunto de práticas que tem como propósito de modificar o corpo biológico transformando-se em um corpo potencializado. Este conjunto de práticas abrange várias técnicas oriundas do campo da medicina e tecnologia que proporciona ao corpo modificações e potencializações que tem na mídia seu grande divulgador e disseminador.
Assim todo corpo que não está dentro desta perspectiva cultural de corpo ideal tende logicamente a ser classificado como um corpo inválido, comparado a este modelo de boa forma e de potência, e para fugir desta semelhança com corpos “fora deste padrão” tem-se recorrido as mais eficientes e sofisticados processos para a construção deste corpo canônico.

  O ESPETÁCULO DO RINGUE:
O ESPORTE E A POTENCIALIZAÇÃO DE EFICIENTES CORPORAIS 
CLÁUDIO RICARDO FREITAS NUNES / SILVANA VILODRE GOELLNER
Neste ensaio de cunho etnográfico os autores exemplificam através de estudos feitos em duas academias de Porto Alegre a potencialização e a espetacularização dos corpos produzidos tanto pelo esporte quanto pela cultura física. O foco desta discussão é algo que hoje é amplamente divulgado pela mídia em geral e que podemos ver facilmente pelas ruas das cidades: a busca constante pela juventude, pela beleza, pelo corpo perfeito e pela potencialidade do mesmo, sem preocupar-se com a saúde, que deveria ser o foco principal.
Esta espetacularização dos corpos contemporâneos vem sendo explorada através da ideia de uma busca constante da potência, jovialidade, e que não tem limites para a serem alcançadas, seja através de próteses, anabolizantes e estimulantes entre tantos outros dispositivos, o que acaba por alterar o comportamento do indivíduo, e reduzi-lo a penas um espetáculo para atrair a atenção do outro.

               

UMA ESTÉTICA PARA CORPOS MUTANTES
EDVALDO - SOUZA COUTO
Este ensaio, segundo o autor discute a condição espetacular do corpo na sociedade contemporânea, ressaltando as transformações corporais que hoje é parte do processo de mudanças que as chamadas novas tecnologias vem promovendo na sociedade e nos sujeitos.
Neste contexto social que hoje presenciamos e na maior parte das vezes estamos inseridos, sem nem mesmo perceber, nos encontramos cada vez mais seduzidos pelas mais complexas e completas formas de mudança corporal, e nesse processo de constantes mudanças o corpo torna-se sempre disponível a reformas e busca de melhor eficiência.
Com toda esta evolução de recursos oferecidos pela tecnociência o envelhecimento e até a morte vem sendo algo cada vez mais distante. Estamos trilhando um caminho, sem volta, onde o humano sem suas “devidas” modificações torna-se fora do padrão, hoje a regra é estar tecnologicamente modificado, turbinado, bonito, jovem...
Esta estética para corpos mutantes embute uma forma de soberania corporal baseada nas diversas modificações e experimentações que promovem a felicidade.

     


 CORPO CYBORG E O DISPOSITIVO DAS NOVAS TECNOLOGIAS – HOMERO LUÍS ALVES DE LIMA
A aceleração tecnológica que atualmente vem acontecendo impulsionada pelo desenvolvimento científico-tecnológicos recentes em áreas tão diversas tem dado possibilidades reais de transformação tecnológica do corpo.
O corpo tem passado por mutações e transformações jamais imagináveis para pessoas “comuns”, e em uma velocidade tão grande que se torna difícil familiarizar-se com tantos conceitos novos que vai, por exemplo, da inteligência artificial ao implante de órgãos produzidos em laboratório. Acontecendo de forma muito rápida cada vez mais a biologia tem invadido o universo das máquinas assim como a tecnologia tem investido no biológico. 
Em meio a todo este desenvolvimento científico-tecnológico surge o termo “ciborg”, Organismo-cibernético, criado em 1960 por Manfred Clynes e Nathan S. Kline, e utilizado hoje  para caracterizar a fusão do orgânico com o maquínico, ou a engenharia de uma união entre sistemas orgânicos separados, é o conceito na contemporaneidade das relações corpo e tecnologia.  


 

CORPO, FRAGMENTOS E LIGAÇÕES:
A MICRO-HISTÓRIA DE ALGUNS ORGÃOS E DE CERTAS PROMESSAS – IEDA TUCHERMAN
Neste artigo a referência da pesquisa da autora é o corpo moderno e a grande invenção do período moderno; o homem e a compreensão de si mesmo. Levando em consideração a filosofia humanista e as ciências naturais, com também a influência cultural durante a vida para a construção deste corpo.
Em todo corpo do texto a autora cita outros autores que falam da transitoriedade do corpo e da banalidade ou artificialidade que estes corpos transformaram-se, sejam por suas múltiplas metamorfoses, através de, por exemplo, próteses, seja nas tentativas da imortalidade do ser, sendo o corpo apenas uma marca das tendências de nosso tempo.
Todo esse processo segundo a autora foi potencializado pelo cinema que foi o cruzamento de dois fenômenos da modernidade: a tecnologia mediada pela estimulação visual e a captura do movimento contínuo.
A passagem do moderno para o pós-moderno é retratado no texto pelo artigo de Ben Singer (2001), considerando três definições canônica centradas na modernidade e acrescida de uma quarta que se aproxima dos nossos tempos. Teríamos então a modernidade enquanto: Conceito moral e político, cognitivo, socioeconômico e a quarta que refere-se a uma concepção neurológica que fala do “choque do novo” e do “bombardeio de estímulos”.
Podemos perceber nestes ensaios que os textos falam entre si, e ressaltam a subjetividade do corpo adquirido pelas transformações impostas pelo curso normal da evolução das sociedades.