quarta-feira, 23 de março de 2011

Novas Tecnologias: instrumento, ferramenta ou elementos estruturantes de um novo pensar?

Este artigo é uma ótima leitura para quem busca conhecer e / ou entender a introdução da informática no contexto educacional.

Após surgir nos anos 80 os computadores pessoais, começa a aumentar as experiências que tentam articular a informática com a educação. Só que no percurso destas experiências fica claro o predomínio de duas vertentes: a primeira que busca a informática na escola visando à profissionalização, o que foi utilizado principalmente pelas escolas particulares como chamariz para os pais interessados na formação profissional de seus filhos, para atender às exigências do mercado de trabalho, e a segunda vertente que se caracteriza pela informática na educação, quando surgem então os softwares educacionais no contexto escolar inicialmente com o programa LOGO.

Nesta mesma década começam a surgir as discussões a cerca da utilização destes softwares na educação o que culmina com a criação de dois grandes projetos públicos: O EDUCOM e o PRONINFE, e posteriormente no final dos anos 90 o PROINFO, todos Núcleos de Informática Educativa que buscam inicialmente a formação de professores.

Neste percurso foram crescendo de forma significativa os softwares nas escolas, no primeiro momento somente com os modelos norte-americanos, mas com o tempo foram sendo substituídos por modelos nacionais só que ainda de forma desarticulada do projeto pedagógico da escola. Apesar de todos os esforços para serem criados de forma articulada com equipes multidisciplinares, a forma como são utilizadas ainda estavam longe da construção do conhecimento e isto principalmente pelo uso que o professor vem dando a esta tecnologia: somente como mera ferramenta, o que na verdade só reproduz as aulas convencionais.

Discussões recentes em torno das novas educações mostram o grande potencial das tecnologias como elementos estruturantes. Autores como Valente e Ripper apontam o computador como mais um instrumento, uma ferramenta, mais fica aqui a dúvida devido ao ano de publicação da obra, se foi meramente uma questão terminológica ou conceitual. Já Pretto em anos seguintes acredita na tecnologia como estruturante e plural, como uma nova forma de pensar e sentir que começa a se construir.
Lynn Alves então salienta que aceitar este posicionamento implica em repensar a forma como se ensina assim como o papel da escola neste processo.
Dentro de todo este contexto histórico adentra a discussão o surgimento da internet na escola, a grande revolucionária na forma de comunicar-se com o mundo originando as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação que proporciona dentro da educação novos conhecimentos e informações podendo ser compartilhadas em tempo real. Um verdadeiro rompimento da barreira tempo – espaço, podendo ser encarada como um novo caminho de apropriação do conhecimento para transformá-lo.
Por fim é importante ressaltar a necessidade de o professor emergir nestes novos conceitos, em busca de um novo olhar, uma nova escuta do processo de ensino-aprendizagem.

Referência: Novas Tecnologias: instrumento, ferramenta ou elementos estruturantes de um novo pensar?. Revista FAEEBA, Salvador, p. 141-152,1998.